24 abril 2013

devemos ser radicais na defesa dos nossos valores


O principal problema da Igreja Católica é que não é radical na defesa dos seus princípios, por exemplo, na defesa da família. Aceita, com facilidade, compromissos que eventualmente acabam por derrotar os princípios. Ocorreu-me esta reflexão a propósito da crónica de hoje do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, no Público.

Portocarrero de Almada, Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família, diz o seguinte:

‹‹Há que admitir que o Estado, em casos extremos, tenha que suprir a ausência ou a insuficiência da família, se os progenitores não prestam à prole a assistência que lhes é devida, é necessário que alguém o faça, porque o bem dos filhos tem prioridade sobre as expectativas dos pais. Se estes não existem, ou não cumprem minimamente com as suas obrigações parentais, de que são os primeiros e principais titulares, outros terão que assumir essa responsabilidade›› (sublinhado meu).

O problema com esta visão, vamos chamar-lhe assim, é que quando começamos por admitir que há situações em que o Estado tem de substituir a família, entramos no território dos compromissos e temos o caldo entornado.

Quem é que pode definir as situações em que “os progenitores não prestam à prole a assistência que lhes é devida”? Ou “as obrigações parentais mínimas”?

No caso da Liliana Melo (os Melos pobres só têm direito a um L), a Segurança Social pode argumentar que a família não estava a cumprir com os mínimos e o Padre Portocarrero pode argumentar que estava, mas em última análise a discussão vai perder-se nos detalhes como quando se discute o sexo dos anjos.

O ponto fundamental, que é necessário defender, é que o Estado não tem legitimidade para se imiscuir na vida das famílias. Aliás, o Estado não é ninguém e os problemas das famílias só podem ser resolvidos por alguém. Alguém da família alargada, do bairro, das IPSS, da Igreja, etc.

Quando acusavam a minha querida Ayn Rand de ser radical, ela dizia que era radical na defesa da razão porque a alternativa era aceitar a irracionalidade. A Igreja também deve ser radical na defesa dos seus princípios porque a alternativa é o pântano moral.

26 comentários:

zazie disse...

A minha querida?

Também foram colegas, ó Birgolino?

Luís Lavoura disse...

Vice-presidente da Confederação Nacional das Associações de Família

Como é que alguém que deliberadamente recusou constituir família pode ser presidente de uma associação com tal nome?

Suspeito que essa associação seja na verdade uma correia de transmissão da Igreja Católica, e não uma genuína associação de pessoas que têm família.

zazie disse...

ò Lavoura- como é que tu com pilinha podes defender o feminismo, já agora?

Cala-te, que mete impressão tanta burrice.

..................

Este posté cínico até dizer chega.

A Igreja tem toda a liberdade do mundo para fazer o que quiser.

Simplesmente não chega. E o Estado tem mesmo de fazer alguma coisa que também é para isso que se pagam impostos.

Ou paga-se impostos para quê?

Para quê, ó Birgolino, é que v. paga impostos- para eles guardarem no monte ou passarem apenas para a banca?

..........

Esta é uma merda que me encanita porque fingem que até são crentes e que gostam muito da Igreja e é mentira- são ateus, estão-se pura e simplesmente lixando para a Igreja.

Apenas lhes interessam as poupanças públicas.

E nem sei como, uma vez que depois acham que liberalismo é sustentar guerras intervencionistas e coisas assim.

zazie disse...

Mas o Lavoura mete mesmo impressão-

como é que este burrinho cientoino pode achar que maricas e fufas podem presidir a ONGs em prol do direito à "paternidade e maternidade" homossexual.

zazie disse...

O Lavoura faz-me mesmo duvidar se não é verdade que os buracos negros também podem sugar os poucos neurónios dos cientóinos.

Porque é difícil encontrar-se gente mais estúpida do que os ditos cientistas.

Parece que vai tudo para aqueles esquemas marados e não sobra para mais nada.

zazie disse...

No outro dia o Birgolino não escreveu aí que a única função da Igreja era preparar para a morte?

Foi, não foi?

é isso que querem os ateus- fazer da Igreja uma cena clandestina, retirada da vida pública e apenas para uns marados se prepararem para a vida eterna.

Mas, mal lhe cheira a carcanhol, a ver se a Igreja não é logo pau para a toda a obra.

zazie disse...

Eu é que já não me lembro qual era o post.

Mas sei que lhe mandei logo a boca. E agora confirmou-a.

Em entrando carcanhol ao barulho, a Igreja é só para o Mundo e para a vida e para tudo e o Estado é que deve ser clandestino e preparar a vida eterna do Fim da História.

Anónimo disse...

Hola Zazie,

:-)

muja disse...

Ehehe!

São todos crentes e católicos mas correm atrás dos onzeneiros... Há-de ser para seguirem Cristo no martírio, com certeza.

Este também dizia que era preciso ser radical. Radical na defesa dos nossos princípios, nem mais... Mas explica porquê e explica bem, ao contrário da querida de S.Exa. o sr. dr. Joaquim.

http://www.youtube.com/watch?v=HqHe4hqxn5I#t=1h24m00s

Ahahah! É o diabo...

zazie disse...

ehehehe

Olá Birgorrande

":OP

Anónimo disse...

Caro muja,

Ser radical na defesa da razão não é o mesmo que ser radical na defesa da irracionalidade.

Anónimo disse...

Em Portugal ou se rouba ou se herda .Senão ,nunca se sai da M---a.

Ricciardi disse...

A razão tem razões que a própria razão desconhece.
.
Rb

zazie disse...

O coração, sô morgadinho; o coração e a pilinha.

Neste caso deve ser mais esquentamento que subiu por não ir a tempo a descer.

muja disse...

sr. dr. Joaquim,

Há-de V.Exa. reparar que o falecido comandante venezuelano, apela à defesa, não da irracionalidade, mas dos princípios, tal como a sua querida.

"Hay que ser radicales... Porque tenemos que ir a nuestras propias raíces, radicales. Esa palabra la han satanizado: "...este es un radical", y la han asimilado como el "loco", no, no, radical no es loco, yo soy un radical, radical, vamos a ser radicales, radicales en nuestros principios, bien enraizados, de ahí viene la palabra, de la raíz: radical, ¡radicalmente revolucionario! ¡Radicalmente humanista! ¡Radicalmente patriotas, de la Patria grande! ¡Radicalmente comprometidos con la vida y con los pueblos!, ¡cada día más radicale!"

É V.Exa. quem, por arbitrariedade do seu juízo, atribui a um a racionalidade e a outro a falta dela.

Francisco disse...

O racionalismo com palas é sempre radicalismo, e o radicalismo é sempre racionalismo com palas.

E aquilo que o Joaquim teme, o pântano moral, também é um racionalismo radical com palas (apenas as tábuas da lei são diferentes).

Encarnando verdadeiramente o espírito radical, o Joaquim imagina o mundo como a batalha entre radicais (idealmente apenas 2, porque a simetria é o sonho molhado de qualquer racionalista), e por isso imagina que qualquer comprometimento entre ideias e realidade é ceder ao inimigo.

Felizmente eu não acredito que o Joaquim seja assim radical. É só uma ideia de passagem que está abaixo de um bom par de mamas na hierarquia de valores.

zazie disse...

" a simetria é o sonho molhado de qualquer racionalista"

ahahaha

Esta é para emoldurar.

Ricciardi disse...

A pilinha tem razões que a própria razão desconhece.
.
Rb

Ricciardi disse...

Então a nossa querida Ayn Rand exibiu as suas qualidades cerebrais para Playboy?
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Rb

zazie disse...

AHAHAHAHAHAHAH

Ricciardi disse...

Acabei de fazer uma visita exaustiva ao Alentejo, a região portuguesa que deixei para o fim deste meu querido ano sabático, que está a acabar.
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E meti o carro por uma estrada de terra, algures perto de Viana do Alentejo; oh amigo isto tem saída? Ter tem, disse o camarada alentejano, mas com esse carro não sei se passa o ribeiro mais lá ao fundo. Que boa porra, o GPS mandou-me por aqui, mil caralhos me fodam.
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Vc é do norte? sou, porquê?
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Porque fala à dirêto.
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Ahh, pois, mas então este caminho é privado, vou ter que ir para trás?
É, é privado, mas olhe é como quando meti na tia e eu lhe disse oh tia quer que tire? e ela disse-me agora que metes-te deixa a estar; continue homê, se precisar de ajuda no ribeiro, buzine.
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E o que é que isto tem a ver com o post, pergunta o Joachim incrédulo.
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Tem, pois, porque ainda não acabei, já que eu disse ao camarada, vê camarada, toda a gente pode ser do norte, basta termos liberdade de expressão.
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Rb

zazie disse...

AAHHAHAHAHAHAH

Que loucura de historieta.

Só tu conseguias trazer história engraçada dos alentejanos.

Eu desatino. Acho mesmo que é o único local de Portugal (juntamente com a Madeira) onde me passo sempre.

Nunca me entendi com aquela soberbia misturada de manha. E não me abriram a porta a algumas igrejas.

Corri todo o resto de Portugal e na maior. Em Trás-os-Montes, chegou a haver braço de ferro mas, na maior- é gente com quem me entendo- bruta mas franca.

No Alentejo, não. Não os entendo.

E pensava eu que ia ser pior com algarvios mas não. Igual a alentejanos só madeirenses. E nem todos.

zazie disse...

Mas, por acaso, em Viana do Alentejo e Alvito foram bem porreitos.

Do Alvito até tenho as melhores recordações. Fiquei em álbum de família do guarda da estação do comboio. Fui a última pessoa que se apeou lá.

BLUESMILE disse...

Isto sim, devia ser emoldurado e colocado nas paredes o blogue.

"Ser radical na defesa da razão não é o mesmo que ser radical na defesa da irracionalidade."

Precisamente!

BLUESMILE disse...

E também há muito de irracionalidade bafienta no catolicismo, embora alguns teólogos façam a ponte doutrinária entre Razão e Fé.
Sobre o tema, é ler o Ratzinger, mas não me parece nada que o autor deste post o tenha feito.

O Estado não só tem toda a legitimidade como tem o dever de regular a família e a protecção de crianças.

Nomeadamente de as proteger contra pais abusadores, negligentes ou pedófilos.

DADOS ESTATÍSTICOS: A maior parte das crianças negligenciadas, abusadas sexualmente ou mesmo mortas são vítimas dos seus pais/mães ou familiares mais próximos

BLUESMILE disse...

Ah, e o Portocarrera não família nem tem filhos ( acho eu, nunca se tem a certeza) mas gosta muito de perorar sobre os filhos dos outros.