20 novembro 2017

nos regimes políticos

Na origem da questão da Catalunha está um problema de liberdade de expressão.

Os catalães querem ver-lhe reconhecido o direito a exprimirem-se livremente (em referendo) acerca do seu destino. O Governo de Madrid não lhes reconhece esse direito.

O Governo de Madrid exprime a cultura católica inquisitorial. O Governo da Catalunha exprime a cultura protestante, democrática e liberal.

Adjectivei "inquisitorial" quando me referi à cultura católica e ao Governo de Madrid. É que a cultura católica actual, aquela que é definida pela Igreja, já não é inquisitorial (no Vaticano, o Santo Ofício há muito que foi extinto e é hoje a Congregação para a Doutrina da Fé, durante muitos anos dirigida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, agora Papa-Emérito Bento XVI)

A cultura política de Madrid (e também a de Lisboa) é que permanece inquisitorial porque mantém a instituição do Ministério Público (herdeira directa da Inquisição) e Tribunais de Instrução Criminal (herdeiros directos dos Tribunais do Santo Ofício).

Também, a Igreja há muito que não subscreve práticas inquisitoriais como é o caso da prisão preventiva, como se pode ver aqui:

The Pope called for a ban on all criminal detention of children, for “special treatment” for elderly people in prison, and for an end to preventive detention, which he called a “hidden, illegal punishment.”

A cultura política de Madrid (e também a de Lisboa) é que a mantém.

Hoje em dia, a Inquisição está nos regimes políticos de Madrid (e de Lisboa), e não mais na Igreja Católica.


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